Começa o Advento!

É um tempo especialíssimo de espera, de escuta e de esperança, pelo menos todos os anos pensamos assim. É o tempo em que devemos ouvir mais o silêncio, desacelerar o ritmo e seleccionar o ruido que nos rodeia.

Sem deixar de ser quem somos, podemos querer ser melhores do que somos e como dizia o Fundador com a mão no pulso do tempo.

É também o tempo dos Reis Magos, aqueles que passam por ser meras figuras decorativas no presépio, marginais mesmo, ou figuras de passagem.

Aqui vai o nosso desafio: sejamos nós estes três homens.

De lugares diferentes e origens diferentes ouviram uma estrela sussurrar-lhes que tinha nascido um Rei-menino e que Ele nos iria salvar, também de nós mesmos. Eles não hesitaram, puseram em marcha o corpo e o coração e foram em busca desse Menino desconhecido, carregando, para Lhe levar, o melhor que tinham em si – um coração disponível para O reconhecer como o único Rei, simbolizando-o no ouro, no incenso e na mirra.

Vamos, então. Não precisamos de partir em grupo, só mesmo a nossa família, com os filhos, se Deus nos deu essa graça, ou só em casal se for esse o dom que nos é dado viver.

Temos 22 longos dias para seguir a Estrela; 22 longos dias para nos centrarmo-nos que é essencial para uma família cristã; 22 longos dias para pormos palhinhas no presépio como se de um capital de graças se tratasse; 22 longos dias para fazermos um percurso de memória e de coração para chegar ao fim com a certeza que valeu a pena.

E que esperamos desta viagem?

Que em cada um destes 22 dias paremos para contemplar e ouvir a Estrela que nos guia. Ela chama-se Fé prática na Divina Providência e vai-nos guiar o coração. E em cada dia façamos o road map da nossa viagem de Advento, contagiando quem vive ao nosso lado e cruza a nossa vida.

Tentemos perceber se em cada noite a Estrela brilha mais ou está apenas desfocada; se o ritmo e o propósito desse dia foram um filtro que a torna pálida ou um transparente que nos enche de luz. Se a oração diária que fizermos ou a passagem do Evangelho que iremos ler nos recentra na viagem; se ainda há alegria para a transformarmos em ouro, se continua a haver entrega, com o cheiro ao Incenso e se a disponibilidade de coração para o enchermos de Deus é a mirra que vai no alforge.

E em cada dia seguinte levantemos o acampamento, aparelhemos os sonhos e voltemos a montar no camelo para seguir a Estrela, porque temos 22 longos dias cheios de ternura para rentabilizar.

E no fim da viagem, já de joelhos, deixemo-nos emocionar, viver a simplicidade e a grandeza da cena, ouvir a proposta sedutora que aquela família Santa tem para nos dizer com um sorriso: “queremos, de presente, que sejam…uma família mais Santa.”

Nós queremos fazer esta viagem como um Mago, e Tu…vens connosco?

Um grande Advento!
Isabel e Janeca Castro Fernandes
“e TU, vens comigo?

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