SIM PAI, VAMOS CONTIGO! 

Por: Zita e Manuel Luis Marinho Antunes (Abril 2023)

 A nossa relação com o PK já vem de longe!Tem mais de 60 anos!!! E tem vindo sempre a crescer e a aprofundar-se.

Quando conhecemos o Movimento (ML em 1961 e Zita em 1962), o Padre Kentenich (PK) estava em Milwaukee, impedido de comunicar com a Família de Schoenstatt, por decisão do Santo Ofício, órgão do Vaticano.

O PK foi-nos então apresentado como o FUNDADOR da Famíla de Schoenstatt, que propunha um programa e corrente de vida, de renovação da Igreja e do mundo a partir da Aliança de Amor com a MTA no Santuário de Schoenstatt. Desde o início aderimos à sua pessoa como o grande impulsionador da vida da Família.

Ao estudarmos a "missão do 31 de Maio" descobrimos o alcance da sua proposta e o desafio que nos era colocado pela sua visão profética. Foi então que começámos a olhar para ele como PROFETA dos novos tempos e a querer vincular-nos pessoal e comunitáriamente a ele e a participar conscientemente na aventura da Fundação de Schoenstatt em Portugal.

Ainda estando no exílio em Milwaukee escrevemos-lhe uma carta que foi entregue em mãos pela Maria Teresa Schneider (Senhora de Sch que trabalhava com as "raparigas"/Juventude Feminina de então) e o foi conhecer pessoalmente numa visita "discreta" como impunham as circunstâncias. Soubemos que ele estava a par e se interessava pela vida nascente em Portugal e ia tendo notícias nossas pelos Padres e Senhoras de Sch que o visitavam. Mandava mensagens de incentivo à nossa fidelidade e entrega pela missão de Schoenstatt.

Como jovens, que viviamos numa sociedade e Igreja muito tradicionais e cheias de limitações, acompanhávamos com grande interesse e entusiasmo os novos ventos que se desenvolviam no decorrer do Concílio Vaticano II. Neste contexto, a provação do exílio que o PK sofria, tornava-se um apelo à nossa entrega mais generosa e fiel no compromisso com a missão de Schoenstatt e da Fundação em Portugal.

Com enorme alegria recebemos a notícia do seu regresso à Europa – primeiro a Roma, ao Vaticano e depois a Schoenstatt. E começámos a preparar-nos para a visita dele a Lisboa como era sua intenção e promessa. Foi por isso com dupla tristeza que soubemos da sua morte em Setembro 1968, que impossibilitou que esta visita se concretizasse.

Quando nos reunimos em Família, a então pequeníssima Família de Lisboa, acentuámos a nossa ligação ao PK como Fundador e, na Aliança de Amor que selámos como Familia de Lisboa, em 31 de Maio 1969, estava claro o nosso compromisso com a sua pessoa e missão.

Mas, o grande salto na nossa vinculaçao pessoal e de casal ao PK deu-se na Semana de Coroação da MTA , na Igreja da Sma Trindade em Berg Schoenstatt, em 1974. Participámos nessa Semana na qualidade de representantes da Família de Schoenstatt de Lisboa. O nosso Santuário tinha acabado de ser inaugurado em Setembro, e íamos com todo o entusiasmo, gratidão e interesse. Encontrámos um ambiente internacional com representaçoes da Família de Schoenstatt em todo o mundo; era a primeira vez que tal acontecia em Schoenstatt. Para além de muitas conferências sobre o pensamento e a pessoa do PK e das ricas celebrações comunitárias, aí foi anunciado em primeira mão, a abertura do processo diocesano em vista da beatificação do Fundador.

A emoção dos participantes foi enorme e muio impactante para nós, por percerbermos, "ao vivo", a centralidade e importância do PK na vida dos schoenstattianos e das diferentes comunidades. Vivemos a grande experiência, que se confirmaria ao longo da nossa vida, de que o PK une a Família e a lança para a responsabilidade da missão. Aí começou a despontar em nós, casal, um desejo de uma ligação mais profunda, íntima e consistente, com a pessoa do PK e aí o descobrimos como nosso PAI.

Decidimos, então, selar uma Aliança com ele. Mas como não sabíamos se isso era possível, nem tinhamos conhecimento de outras iniciativas semelhantes, perguntámos aos Padres e aos "entendidos" se a poderíamos realizar e disseram-nos que sim... No regresso a Lisboa, falámos da nossa intenção e o Pe. Jaime Salazar – que era então o assessor da Família em Lisboa – quis juntar-se a nós, e assim selámos a Aliança de Amor com o Pai Fundador em em 18 de Novembro de 1974.

Durante o ano de 1975 trabalhámos o nosso Ideal de Casal e chegámos ao Lema "Cor unum in Patre" , conscientes de que este Pai é o PK , transparente e instrumento de Deus Pai para nós. Entregámos o nosso Ideal em 8 de Julho de 1975, no dia em que celebramos a Ordenação do PK.

Desde aí a nossa relação pessoal filial com o PK foi crescendo e amadurecendo.

Fomos experimentando o seu cuidado paternal e a sua proximidade nas nossas vidas pessoais e de casal e também na Família de Lisboa. Encontramo-lo no Santuário Cenáculo da Família do Pai e no nosso Santuário lar e contamos com ele como nosso apoio e guia.

Somos particularmente gratos por ter vivido várias ocasiões em que sentimos que ele actuou na nossa Família de Lisboa como fonte de vida e construtor da unidade, o que ainda hoje continua a fazer quando lhe damos "espaço".

Hoje, perante os desafios da nossa época, no mundo e na Igreja, reconhecemos cada vez com maior admiraçao a sua figura de PROFETA que soube escutar as vozes das almas e do tempo à luz da Fé Prática na Divina Providência e propôr um caminho para a renovação do mundo e para a salvação do homem, levando-o a Deus Pai através de Maria, encarnando o pensar, viver e amar orgânicos.

Só podemos ter um sentimento de enorme gratidão por termos sido chamados a encontrá-lo e convidados a ser seus filhos, aliados e instrumentos.

Todos os dia lhe rezamos:

Sim, PAI, vamos contigo!...

E assim esperamos fazer até ao fim das nossas vidas, respondendo a todo o Amor que ele nos dedica.

18 de Abril 2023

Zita e Manuel Luís Marinho Antunes